Somos 40 vezes maiores em termos de oceano do que o nosso território.
Em termos de zona económica exclusiva somos 17 vezes maiores do que o território, com a plataforma continental seremos 40 vezes maiores do ponto de vista oceânico. Só para dar uma ideia, a Fundação Oceano Azul com a Waitt Foundation está a trabalhar com o governo dos Açores para criar uma área marinha protegida de uma parte considerável da ZEE da região. O governo regional comprometeu-se em fevereiro a dedicar 15% da sua ZEE a áreas marinhas protegidas, estamos a falar de 150 mil quilómetros quadrados, duas vezes Portugal emerso. Se houvesse um G20 dos oceanos Portugal era membro. Estamos no clube dos maiores países oceânicos do mundo. Temos uma enorme responsabilidade sobre a biodiversidade, a biomassa, o equilíbrio dos ecossistemas de uma imensidão do oceano Atlântico. Temos essa responsabilidade e temos de assumi-la. Através da diplomacia Portugal tem sido um líder nos dossiês dos oceanos. Da mesma maneira em Bruxelas. A política marítima integrada da UE, que nasceu em 2017, tem uma marca portuguesa muito forte.
Foi agora convidado para aconselhar a UE. É um daqueles cargos muito bonitos no papel ou tem mesmo poder de ajudar a mudar alguma coisa?
Tem um poder de intervenção no sentido em que há cinco conselhos. A UE naquilo que é investigação e inovação renova-se todos os sete anos com o quadro comunitário financeiro. No próximo quadro 2021-27 há cinco prioridades e para cada uma a Comissão Europeia decidiu mudar drasticamente de abordagem e diz que estas prioridades vão ter de ser atacadas através de missões estratégicas com que os cidadãos europeus se identifiquem e reconheçam que vão mudar a sua vida. Até porque Bruxelas tem necessidade de mostrar que tudo o que faz tem impacto nas nossas vidas. Um dos problemas da Europa é os eleitores europeus nos seus Estados não compreenderem o que é que a Europa faz por eles. Então decidiram ser mais concretos e criaram-se cinco conselhos e cinco prioridades para cada um gerar uma missão. Julgo que há um português em cada um desses conselhos. O que é extraordinário, e deve-se a Portugal e à política que introduziu Durão Barroso, é que uma das prioridades é o oceano. Se pensarmos que a UE que foi sempre manifestamente continental, terrestre, em que o eixo Paris-Bona era continental, tem hoje como uma das suas cinco prioridades o oceano, é um contributo que o dito país que não é tão pequenino assim, que é Portugal, trouxe à Europa para recentrar as suas políticas, prioridades e recursos financeiros. Estas cinco missões têm mais de cem mil milhões de euros entre 2021-27.
Em termos de oceano Portugal é um dos 15 maiores países do mundo
Entrevista a Tiago Pitta e Cunha, presidente da Fundação Oceano Azul, que tutela o Oceanário de Lisboa, e que é parceira da Fundação Francisco Manuel dos Santos na organização da conferência O Futuro do Planeta que sábado e domingo se realiza no Teatro Camões, no Parque das Nações. Sublinha o papel de Portugal no mar e a necessidade de mobilizar a sociedade civil.
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/13-set-2019/interior/se-houvesse-um-g20-dos-oceanos-portugal-era-membro-11295322.html
Em termos de zona económica exclusiva somos 17 vezes maiores do que o território, com a plataforma continental seremos 40 vezes maiores do ponto de vista oceânico. Só para dar uma ideia, a Fundação Oceano Azul com a Waitt Foundation está a trabalhar com o governo dos Açores para criar uma área marinha protegida de uma parte considerável da ZEE da região. O governo regional comprometeu-se em fevereiro a dedicar 15% da sua ZEE a áreas marinhas protegidas, estamos a falar de 150 mil quilómetros quadrados, duas vezes Portugal emerso. Se houvesse um G20 dos oceanos Portugal era membro. Estamos no clube dos maiores países oceânicos do mundo. Temos uma enorme responsabilidade sobre a biodiversidade, a biomassa, o equilíbrio dos ecossistemas de uma imensidão do oceano Atlântico. Temos essa responsabilidade e temos de assumi-la. Através da diplomacia Portugal tem sido um líder nos dossiês dos oceanos. Da mesma maneira em Bruxelas. A política marítima integrada da UE, que nasceu em 2017, tem uma marca portuguesa muito forte.
Foi agora convidado para aconselhar a UE. É um daqueles cargos muito bonitos no papel ou tem mesmo poder de ajudar a mudar alguma coisa?
Tem um poder de intervenção no sentido em que há cinco conselhos. A UE naquilo que é investigação e inovação renova-se todos os sete anos com o quadro comunitário financeiro. No próximo quadro 2021-27 há cinco prioridades e para cada uma a Comissão Europeia decidiu mudar drasticamente de abordagem e diz que estas prioridades vão ter de ser atacadas através de missões estratégicas com que os cidadãos europeus se identifiquem e reconheçam que vão mudar a sua vida. Até porque Bruxelas tem necessidade de mostrar que tudo o que faz tem impacto nas nossas vidas. Um dos problemas da Europa é os eleitores europeus nos seus Estados não compreenderem o que é que a Europa faz por eles. Então decidiram ser mais concretos e criaram-se cinco conselhos e cinco prioridades para cada um gerar uma missão. Julgo que há um português em cada um desses conselhos. O que é extraordinário, e deve-se a Portugal e à política que introduziu Durão Barroso, é que uma das prioridades é o oceano. Se pensarmos que a UE que foi sempre manifestamente continental, terrestre, em que o eixo Paris-Bona era continental, tem hoje como uma das suas cinco prioridades o oceano, é um contributo que o dito país que não é tão pequenino assim, que é Portugal, trouxe à Europa para recentrar as suas políticas, prioridades e recursos financeiros. Estas cinco missões têm mais de cem mil milhões de euros entre 2021-27.
Em termos de oceano Portugal é um dos 15 maiores países do mundo
Entrevista a Tiago Pitta e Cunha, presidente da Fundação Oceano Azul, que tutela o Oceanário de Lisboa, e que é parceira da Fundação Francisco Manuel dos Santos na organização da conferência O Futuro do Planeta que sábado e domingo se realiza no Teatro Camões, no Parque das Nações. Sublinha o papel de Portugal no mar e a necessidade de mobilizar a sociedade civil.
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/13-set-2019/interior/se-houvesse-um-g20-dos-oceanos-portugal-era-membro-11295322.html
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